Certa vez, entrando no meu orkut para ver meus recados, deparei-me com uma mensagem da minha sobrinha que me espantou, que dizia: “Oi tb? passei aki pra ti dixer q xiamu. bom fds.” Fiquei horas pensando... o que isso quer dizer? Seria uma mensagem secreta? Uma pegadinha? Ou eu teria adquirido um inimigo virtual?... depois de muita reflexão e algumas xícaras de café, meu cérebro conseguiu decifrar a bendita frase. Ela queria dizer simplesmente: “Oi, tudo bem? Passei aqui para te dizer que te amo. Bom fim de semana.”
Não acreditei em tamanha inovação. Confesso que fiquei muito surpresa por não ter conseguido decodificar de imediato uma mensagem tão simples da nossa língua portuguesa. O que me intriga é que, cada vez mais, esse tipo de construção tem entrado na mente das pessoas como se fosse uma abreviação, tornando-se tão natural que acaba fazendo parte da escrita não só da internet, mas também de toda a produção textual.
Não sou contra que sintetizem as palavras, porém o que não entendo é por que escrevê-las errado. O que leva uma pessoa a trocar “Te amo” por “Xiamu”? Que tipo de síntese é essa? Certamente é a semelhança entre os sons, bem como na palavra “tchau”, mas isso não é o bastante para tal substituição.
Enfim não me preocupa o fato de se comunicarem assim, descontraidamente, na internet, mas sim que passem a escrever desta mesma maneira nas provas, redações, trabalhos, etc e recebam a seguinte mensagem do professor: “Naum intendi nada, porissu vc tiro um xeru!”
Vanessa Vieira
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